Até tu, Playboy?
>> domingo, julho 31
Se você nasceu da primeira metade da década de 90 pra trás, é provável que o seu primeiro contato com a nudez da forma feminina e o erotismo tenha sido através de uma revista Playboy. Algumas das minhas memórias mais vívidas da infância envolvem a publicação, que um dia encontrei uma pilha escondida no armário do meu pai – em retrospecto, num lugar bastante conspícuo. Talvez tenha sido a intenção dele, deixar ali pra que um dia eu descobrisse por acidente, algo de pai pra filho pra começar a despertar o meu interesse por mulheres.Read more...
Os anos passaram e quando tinha pouco mais de 10 anos, já possuía acesso livre às revistas, que meus pais compravam livremente pra mim. Mais do que simples ferramenta de auto-descoberta – foram muitas páginas grudadas – a Playboy sempre teve uma presença importante na minha vida. Com o amadurecimento, fui me interessando pelas páginas que não traziam uma mulher pelada e nas entrevistas, artigos e especiais passei a ter um novo tipo de descoberta – um jeito único de encarar a vida, uma visão hedonística e, ao mesmo tempo, despreocupada e engajada do mundo. Por muito tempo, o que lia nas páginas da Playboy era pra mim o exemplo do estilo de vida que um homem adulto moderno devia manter.
Símbolo da revolução sexual, a revista transpirava liberdade de expressão e transgressão, um total desapreço pelo puritanismo e o politicamente correto (basta lembrar a seção de piadas).
Mas é claro, essa é a findada edição brasileira da revista americana. Tive quase nenhum contato com a versão original da Playboy, fora um ou outro amigo que tinha viajado pros EUA e conseguido uma revista de lá – mas naquela época ainda não havia despertado o interesse pelos artigos, nem possuía um inglês bom a ponto de entender alguma coisa.
De qualquer forma, é triste ver o que a revista se tornou. E não estou nem falando da decisão recente de não trazer mais nudez. Uma rápida olhada pelo site americano da Playboy pinta um quadro inesperado.